Simon Pegg explica por que Roberto Orci foi demitido da direção de Star Trek
(9 de jun. de 2015)
Recentemente, Simon Pegg falou ao The Guardian sobre seu trabalho como ator e roteirista no novo filme de Star Trek, que pode ser chamado de Star Trek Beyond (o filme estreia em setembro de 2016, quando a série completa 50 anos de existência). Pegg falou sobre o motivo que levou a Paramount a tirar Roberto Orci da produção do longa.
Para quem não se lembra, Orci foi roteirista dos dois filmes anteriores, colaborando com seu parceiro de longa data Alex Kurtzman e o diretor/produtor J.J. Abrams, e estava supervisionando o roteiro do terceiro filme. Orci desejava dirigir a produção, e teve o apoio de J.J. Abrams para convencer os executivos do estúdio (Abrams já estava envolvido como diretor em Star Wars - O Despertar da Força). Inclusive, há um ano atrás, Orci havia dito que sua intenção era a de abordar uma trama que levasse a tripulação da Enterprise em uma jornada de exploração por partes desconhecidas da galáxia, levando a série de volta a sua premissa original (até porque os filmes de Abrams haviam ignorado esse aspecto, focando mais em recriar a dinâmica entre os personagens).
Contudo, de acordo com Pegg (que interpreta Scotty nos filmes), o estúdio rejeitou a versão do roteiro de Orci por ser excessivamente Star-Trek-y (que é uma referência a palavra Trekkie, termo conhecido por caracterizar os fãs mais fervorosos da série):
Contudo vale lembrar que esse sempre foi um dilema para Star Trek. A série sempre teve sucesso com um público bem específico. Ao contrário de Star Wars, que sempre abordou o ambiente espacial com temática de contos de fada, histórias de heroísmo e outros temas universais, Trek sempre foi ficção científica na raíz - um gênero que sempre causou divisão por não ser tão comercial ou atrativo. Quando Abrams assumiu a série em 2007, houve um esforço para torná-la mais comercial, e ele foi capaz de atingir um equilíbrio entre o lado comercial e artístico, deixando a narrativa fluir com a complexidade e dedicação que se espera duma produção desse porte, ao mesmo tempo elevando o nível de adrenalina e diversão de forma a agradar um público mais amplo. O fato da Paramount ter investido muito mais dinheiro nesses dois filmes também ajudou a realizar essa visão mais ampla (com exceção do filme original de 1979, todos os filmes de Jornada nas Estrelas tiveram orçamentos restritos).
Isso também entra no velho quesito das continuações: ao mesmo tempo que é necessário investir em novas histórias e novos personagens para manter o frescor narrativo, existe uma demanda para repetir o que já tenha funcionado nos filmes anteriores.
A questão que se faz é a seguinte: com Justin Lin (da série Velozes e Furiosos) na direção, e a Paramount querendo reduzir ainda mais o teor clássico de Star Trek para atingir esse público, será que o futuro filme corre o risco de alienar os fãs mais dedicados?
Posted in Postado por Eduardo Jencarelli às 11:47
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