Relembrando os X-Men no cinema - parte 6
(27 de mai. de 2016)
E continuando nossa caminhada pelos filmes dos X-Men, vamos rever mais uma aventura-solo do nosso favorito mutante canadense....
Mesmo rendendo dinheiro, a Fox sabia que tinha cometido tropeços na produção de X-Men Origens: Wolverine, dividindo os fãs ao ter feito um blockbuster que não se comprometia com a violência inerente ao personagem. E Hugh Jackman queria explorar novos rumos para o personagem que lhe lançou ao estrelato há mais de uma década.
Como alguns devem saber, há uma série de quadrinhos sobre o Wolverine que detalham uma viagem de autodescoberta que o mutante fez ao Japão. Foi uma série de bastante sucesso.
Foi então que a Fox contratou James Mangold, que dirigiu o remake de Os Indomáveis. Foi a oportunidade de criar esta jornada para o mutante. Com Mangold na direção, e o próprio Jackman produzindo o filme com Lauren Shuler Donner, começou-se a buscar um ponto de partida para esta aventura, entitulada Wolverine - Imortal.
Havia uma vontade em se distanciar o máximo possível do primeiro filme-solo. Sem menções a William Stryker, Dentes de Sabre ou o programa Arma X. Qual seria a motivação de Wolverine desta vez? A solução para o roteiro foi bastante natural. O ponto de partida seria a morte de Jean no terceiro X-Men. A culpa que Logan sente por matá-la tornou-se o conflito interno do personagem. Famke Janssen aceitou retornar ao papel em visões que atormentavam Logan.
Em resumo, após dois desvios cinematográficos ao passado (o primeiro Wolverine e Primeira Classe), tivemos em 2013 a primeira continuação que se passava após os eventos da trilogia original. Considero essa uma ótima decisão. Por mais que seja relevante rever o passado, acho igualmente importante desvendar o futuro desses personagens.
O prólogo do filme estabelece bem os laços que Logan já tinha com os japoneses desde a Segunda Guerra, deixando claro que ele não vai ao Japão à toa no presente. O filme ganha mérito ao deixar o continente americano de lado e retratar uma história de teor oriental. Todo o segundo ato do filme, que mostra Logan em fuga ao lado de Mariko merece ser visto com atenção.
Com um ótimo elenco, incluindo nomes como Rila Fukushima (Arrow), Hiroyuki Sanada (Lost) e Tao Okamoto (Hannibal), o filme consegue se sustentar sem depender toda hora do carisma e presença de Jackman, mesmo sendo uma narrativa quase que exclusivamente focada nele.
Um elemento relevante do filme é o fato de Logan perder seu fator de cura. Já tínhamos visto Wolverine de todas as formas nesses filmes, mas nunca o tínhamos visto como um personagem vulnerável, cujas ações poderiam causar consequências permanentes. É nessa hora que se justifica a censura mais pesada. Não chega ao nível de Deadpool mas a violência nessa produção é bem mais elevada do que os longas anteriores, retratando as lutas de Wolverine com ferocidade e ao mesmo tempo humanidade. É fato que lutas assim derramam sangue, e o filme não foge dessa consequência.
O fato de Logan não aceitar as visões de Jean também exerce uma função central em sua jornada. Ele passa o filme inteiro se culpando até que concilia o fato de que não poderia ter tomado outra decisão a não ser matá-la*. Ele o fez pelo bem da humanidade e da raça mutante.
*Alguns questionaram a morte dela no terceiro filme, afirmando que poderiam ter aplicado a cura mutante nela. Mas como vemos no final, é fato que aquela jamais seria uma solução permanente, e não teria o mesmo impacto dramático a longo prazo.
O filme se perde um pouco no terceiro ato. Na tentativa de gerar um climax típico de filmes de ação, o filme mistura o personagem do Samurai de Prata com a máfia japonesa numa trama bastante furada e que não afeta Logan tanto quanto deveria. Por isso, o filme perde um pouco dessa força quando a trama acaba sobrepondo a jornada dos personagens.
Felizmente, o filme acabou dando um resultado final bem melhor do que o primeiro Wolverine.
Vale também comentar a cena pós-créditos do longa. Os filmes dos X-Men nunca foram muito conhecidos pelo conteúdo extra. Mas vale lembrar que o terceiro X-Men foi o primeiro dos filmes de super-heróis a exibir tal cena nos cinemas, antes mesmo do Marvel Studios popularizar a prática com seu universo cinematográfico interligado. X-Men Origens: Wolverine também teve três cenas pós-créditos, enquanto que Primeira Classe não teve nenhuma.
Já a cena pós-créditos deste filme é talvez a mais importante porque é uma resposta direta a cena pós-créditos de X3, confirmando o que muitos fãs já suspeitavam: Charles Xavier vivo e respirando após sua morte nas mãos da Phoenix. Além do mais estando junto com Magneto e preparando os X-Men para uma futura batalha sem chances de vitória. Era o presságio do próximo filme e o impacto que ele iria ter na série.
Mas essa é uma questão para o próximo post, quando abordarmos Dias de um Futuro Esquecido, a adaptação de quadrinhos mais antecipada dentre todos os filmes da série. Enquanto isso, fique com essa cena em que Wolverine luta contra samurais em cima de um trêm-bala.
Posted in Postado por Eduardo Jencarelli às 11:49
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