Relembrando a Era do Gelo
(6 de jul. de 2016)
Amanhã entra em cartaz o quinto filme da Era do Gelo.
E como o tempo passa rápido. Lá se vão 14 anos desde que surgiu a primeira animação nos cinemas. Criado pelos estúdios Blue Sky, a série foi a tentativa da 20th Century Fox de participar do boom da animação propagado pela Disney e a Dreamworks Animation.
A Blue Sky havia sido criada na década de 1980, especializada em animação e efeitos visuais para inúmeros comerciais e spots. A medida que foram rendendo sucesso com seus trabalhos, passaram a colaborar na produção de efeitos especiais em blockbusters. Ao mesmo tempo, o cineasta Chris Wedge e seu parceiro, o brasileiro Carlos Saldanha, faziam questão de contar histórias animadas. Suas ambições coincidiram com as da Fox. Assim nasceu A Era do Gelo. Sem dúvida, um produto comercial em primeiro lugar.
Você vê essa tendência logo ao conferir o elenco de dubladores, contendo nomes como Ray Romano, Denis Leary, Jack Black e John Leguizamo. Em 2002, animações ainda eram dubladas por atores especializados no gênero. Foi a Dreamworks que começou a mudar isso ao colocar Mike Myers no papel de Shrek, e a Blue Sky seguiu a mesma linha.
O primeiro filme foi o mais simples possível, mostrando uma trama onde Sid, Manny e Diego - três animais com todos os motivos para se odiarem e se matarem - unem forças para proteger um pequeno garoto que é ameaçado por um tigre dentes-de-sabre. Ao mesmo tempo, a trama tem como pano de fundo a neve que vem cobrindo o planeta, sinalizando uma era glacial. Focando na dinâmica do trio e como eles superam os obstáculos em sua jornada, criou-se assim o primeiro sucesso. Um road movie de animais de raças diferentes mostrou ser uma fórmula rentável.
E claro que isso significava o óbvio: continuações, e quanto mais delas melhor. O estúdio tornou-se o terceiro alicerce da animação blockbuster norte-americana. E tinham muito trabalho pela frente....
O segundo filme foi lançado quatro anos depois, em 2006. Revertendo a era glacial, o longa mostrou o degelo dos continentes e a jornada dos animais pela sobrevivência. Mantendo a estrutura do primeiro filme, a continuação não hesitou em introduzir novos personagens. Ellie, dublada por Queen Latifah, mostrou a Manny que ele não era o último mamute da espécie. Detalhe, Ellie acha que é uma gambá. O filme também introduz os irmãos postiços dela, Eddie e Crash, dois gambás encrenqueiros uma forma dos roteiristas apimentarem o conflito entre o elenco. Foi mais um sucesso de bilheteria.
Três anos depois, em 2009, Saldanha, Wedge e o diretor Mike Thurmeier resolveram sacudir um pouco a franquia, a fim de não perder a mão e cometer os deslizes narrativos de Shrek Terceiro. O terceiro Era do Gelo levou os animais a um mundo desconhecido abaixo da superfície terrestre, focando numa trama na qual Sid procura sua família e acaba adotando uma série de pequenos dinossauros. Isso permitiu os animadores a criarem um mundo perdido completo. Quem assistiu animações como Em Busca do Vale Encantado entende bem disso.
O filme também foi o primeiro a entrar na onda da conversão em 3D, usando o uso da tecnologia e dos óculos como uma forma de encarecer os ingressos.
Por fim, o quarto filme da série retomou a estrutura tradicional dos dois primeiros lonas. Lançado em 2012, o longa introduziu mais personagens. Casados, Manny e Ellie tiveram uma filha, que já é adolescente quando a conhecemos no filme. O filme separa o trio original do resto de suas famílias para mais uma aventura, desta vez em alto mar, fato que ocorre devido a quebra dos continentes, onde eles tem de enfrentar um grupo de piratas e Diego se apaixona por uma deles. Pessoalmente, considero o filme o menos interessante da série por requentar boa parte dos elementos estabelecidos nas aventuras anteriores. O excesso de personagens fragmentou demais o impacto da história. E vale lembrar que Saldanha teve pouquíssimo envolvimento com a produção devido a seu compromisso com a animação Rio.
Um dos grandes trunfos desses filmes foram as enquetes e curtas-metragens que mostram as desventuras do esquilo Scrat. Ele tem um único objetivo: abocanhar a noz gigante e saciar sua vontade. E se envolve em todas as trapalhadas decorrentes desta perseguição implacável pela noz. Essa mini-aventura, separada do resto dos filmes, serve para aliviar o público das complicações nas histórias principais e curtir uma narrativa mais simples e direta. Não há como não rir dessas sequências.
Fique com algumas cenas de Scrat logo abaixo:
Posted in Postado por Eduardo Jencarelli às 13:36
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