Ontem, 8 de setembro, Jornada nas Estrelas completou 50 anos de existência.


Tudo começou com o seriado original em 1966. Ninguém imaginava que 50 anos depois olharíamos para trás e veríamos o imenso alcance que isso teve. Os fãs tiveram acesso a nada menos que 726 episódios de seis seriados, 13 filmes lançados nos cinemas, com mais um seriado e outro filme já planejados para o futuro próximo.


Em primeiro lugar, vamos discutir o recém-estreado Star Trek - Sem Fronteiras. Não preciso dizer que essa discussão será recheada de SPOILERS. O aviso está dado.






O filme, produzido por J.J. Abrams, Roberto Orci e Bryan Burk, e dirigido por Justin Lin, é uma bem-vinda mudança de tom comparado aos dois longas anteriores. Star Trek (2009) e Além da Escuridão tiveram que lidar com tramas excessivamente complexas e tomadas por altas dosses de angústia e paranóia por parte dos personagens. O drama foi elevado a um nível que acabou minando um dos aspectos principais da série original: seu compromisso com aventura e diversão.


É claro que Jornada sempre foi marcada por um compromisso com discursos morais. Alguns dos melhores episódios seguiram essa linha. Mas no primeiro filme, lidamos com a destruição de Vulcano, uma situação drástica e digna do universo distópico visto em Battlestar Galactica, e também tivemos um Kirk inseguro marcado pela morte do pai tentando mostrar do que era capaz. Já o segundo filme foi hackeado pela tentativa de fazer um comentário ao extremismo e a militarização da humanidade, mas teve uma trama tão complexa e falha que acabou por menosprezar a evolução dos personagens.


Sem Fronteiras* corrige isso de forma brilhante. O roteiro de Simon Pegg e Doug Jung consegue enxugar todo o excesso dos roteiros anteriores. Os únicos personagens a ter algum conflito interno são Kirk e Spock. Kirk passa por uma crise identidade, lidando com o fato de estar a tanto tempo viajando pelo espaço que se sente perdido, pronto para dar um fim a responsabilidade de capitão. Já Spock, atordoado com a morte do seu alter-ego do futuro (vivido pelo recém-falecido Leonard Nimoy), se vê na responsabilidade de continuar seu trabalho restaurando a quase extinta cultura vulcana.


*O poster do filme é claramente uma alusão ao poster do filme original de 1979, tendo Kirk, Spock e Jaylah. O mesmo posicionamento usado no trailer que incluia a personagem Ilia.


É interessante mencionar que quando o primeiro trailer foi lançado, minhas expectativas foram bem baixas. Ele passava a impressão completamente errada do filme. Parecia que Star Trek havia sido literalmente transformado em Velozes e Furiosos. Foi um raro caso do filme superar seu marketing em todos os aspectos.


O filme em si lida com uma trama bastante simples, e digna da série original. Só que com o orçamento e escala de uma superprodução blockbuster atual. A estação Yorktown* tem uma grandeza e escala que mostram como o uso de tecnologia de efeitos visuais evoluiu nesses 50 anos. Nunca que algo assim seria possível na produção de Deep Space Nine, 20 anos antes. É praticamente uma cidade espacial, quase na escala de algo como Coruscant, dos filmes de Star Wars. Essa estação nos permite ver a tripulação num raro momento de descontração e a oportunidade de rever entes queridos**.


*Yorktown foi o nome original que Gene Roddenberry batizou a USS Enterprise durante a pré-produção da série original.


**O Tenente Sulu (John Cho) revê seu parceiro e filha, revelando a homossexualidade do personagem. Um excelente detalhe, e um rumo devidamente progressista.


Quando o filme entrou em produção em 2014, a idéia original era que ele fosse dirigido por Roberto Orci. Ele tinha o apoio de Abrams, só que seu roteiro era complexo demais e desagradou a cúpula da Paramount. Por isso, preferiram ir com os argumentos de Pegg, e a direção de Justin Lin, conhecido pela franquia Velozes e Furiosos, também sendo um fã da série original. Orci permaneceu como produtor, ao lado de Abrams e Burk.


Enquanto Kirk cogita tornar-se almirante e Spock termina seu relacionamento com Uhura, a estação recebe a visita de uma refugiada chamada Kalara. Ela diz que sua tripulação foi aprisionada num planeta próximo. A Enterprise parte para resgatá-los. Contudo, no caminho são interceptados por um enxame de pequenas naves lideradas por um vilão chamado Krall. As naves cortam a Enterprise ao meio, fazendo com que a tripulação evacue a nave. Kirk consegue aterrisar o que sobrou do disco no planeta.


Essa sequência de destruição deixa a desejar. Os efeitos visuais fazem seu trabalho. O problema é a montagem e a direção de Lin. Sou um dos maiores defensores da ação picotada e subjetiva dos filmes do Bourne. Só que essa evacuação é tão picotada e mal editada que qualquer espectador se perde por completo. Não há tempo de assimilar os eventos. Tanto que eu nem sabia que Spock e McCoy haviam roubado uma das mini-naves de Krall. Só fui descobrir o fato quando já haviam aterrisado forçadamente no planeta. Não segui de perto os Velozes e Furiosos dirigidos por Lin, mas imaginava que ele tivesse ao menos o bom senso de criar ritmo sem jamais desorientar o público.


Além do que, é uma pena a sequência não ter um pingo de emoção. O roteiro jamais mostra qualquer afeição pela nave. Quando Kirk sacrificou a Enterprise no terceiro filme, vimos de perto a angústia dos personagens ao fazê-lo. Quando a Enterprise-D caiu no planeta Veridian em Generations, vimos o desespero e tentativa dos personagens em sobreviver àquela situação. Mesmo a destruição da Defiant em DS9 teve uma certa resonância. Isso ficou faltando neste filme. E é também uma situação redundante se levarmos em conta todos os danos que a nave já havia sofrido nos dois longas anteriores.


Krall está a procura de um artefato com poder destrutivo que está nas mãos de Kirk e sua tripulação. Como os protagonistas aterrisam em pontos diferentes do planeta, a narrativa assume vários pontos de vista. Kirk e Chekov lidam com a traição de Kalara e tentam fazer contato com o restante da tripulação. Spock está mortalmente ferido, mas é tratado por McCoy. Scotty faz contato com uma alienígena chamada Jaylah, que também é refugiada, mas se escondeu das tropas de Krall graças a um esconderijo. Sulu e Uhura são colocados em cativeiro com o resto da tripulação sobrevivente.


E assim se monta uma aventura, com direito a algumas ótimas sequências tais como Kirk dirigindo uma moto, sendo multiplicado por hologramas de forma a confundir os vilões. Provávelmente uma das idéias de Lin. De qualquer forma, acho que o diretor se manteve bastante fiel ao padrão estético estabelecido por Abrams nos dois filmes anteriores. Fato que tendo a presença de Abrams na produção faria com que a série mantivesse essa consistência visual.


Uma pena que Chekov não tenha mais destaque. A inesperada morte de Anton Yelchin fez com que esta fosse sua última aparição.


Já Scotty ganha bastante presença na trama. Levando em conta que Pegg é o autor do roteiro, faz sentido. De qualquer forma, todos os personagens tem algum momento relevante no filme. Um dos grandes acertos é finalmente juntar essas jovens versões de Spock e McCoy. Tanto Zachary Quinto quanto Karl Urban fazem um estupendo trabalho recriando a dinâmica que Nimoy e DeForest Kelley tinham na série original. O fato de Spock estar em condições precárias fazem com que os dois acabem por baixar suas guardas e se exponham mais. O riso de Spock é um dos momentos mais humanos e espontâneos vistos em Jornada.


Quando Kirk e Chekov reencontram Scotty, temos a confirmação da identidade do esconderijo de Jaylah. Ele é na verdade uma nave estelar, que ela camuflou usando painéis refletores. Especificamente, essa é a USS Franklin, uma nave da Frota Estelar que desapareceu 100 anos antes. Esse foi um dos melhores detalhes do filme. Pegg mostra o devido respeito a continuidade e mitologia ao introduzir uma nave da época do seriado Enterprise, cujo modelo e uniformes seguem de perto o padrão estabelecido.


Por fim, Uhura (Zoe Saldana) descobre que Krall era originalmente humano ao analisar uma gravação do capitão da Franklin. Krall era o Capitão Balthazar Edison, comandante da nave, um ex-fuzileiro espacial que havia lutado nas guerras contra a ameaça Xindi (na terceira temporada de Enterprise) e os Romulanos. Por fim, a Federação foi fundada por figuras como Jonathan Archer, e a Frota Estelar, mudando o foco de guerra e defesa para exploração e conhecimento. Edison foi oferecido a nave como recompensa por seus esforços.


O interessante disso é que cria uma analogia direta com soldados sem propósito que não conseguem se adaptar a um mundo de paz. Já vimos isso antes, em Jornada VI. Edison vê o novo rumo da humanidade como um sinal de fraqueza, e o tempo que passa viajando pelo espaço em sua nova missão acaba fazendo com que se perca mentalmente (criando um paralelo direto com as preocupações atuais de Kirk).


Tendo conseguido o artefato destrutivo, Edison usa sua frota para atacar a Estação Yorktown. Cabe a Kirk, Jaylah e a tripulação consertar a Franklin o mais rápido possível para impedí-lo. Este é um terceiro ato que funciona bem melhor que a sequência de destruição da Enterprise. O uso de música "Sabotage", dos Beastie Boys, dá o tom heróico a ação. O fato das ondas de rádio desorientarem as naves de Krall é uma forma do roteiro justificar o tom de videoclipe.


Com Krall morto, e suas forças destruídas, a tripulação é parabenizada pela Frota Estelar, e uma nova Enterprise é rapidamente construída. Kirk resolve manter seu compromisso como capitão. Já Spock decide renovar seu compromisso com Uhura, principalmente após receber os pertences do velho Spock, incluindo uma foto do elenco original. Um dos momentos mais emocionantes e satisfatórios do filme.


Ainda questiono se todo filme precisa de um vilão como antagonista. É perfeitamente possível realizar uma aventura sem esse elemento. O primeiro filme de 1979 é prova viva disso. A jornada em si pode perfeitamente funcionar como uma série de obstáculos a serem superados.


De qualquer forma, acho o filme excelente. Não sei se tem o impacto visceral que o longa de 2009 teve, mas no fator diversão, é talvez o filme mais divertido desde Jornada IV. Sem dúvida, o mais divertido desde Primeiro Contato. As piadas funcionam. As cenas de ação flertam com o mirabolante. Qualquer um sabe que boa parte das manobras exibidas seriam impossíveis de serem feitas na vida real. Os atores estão bem mais confortáveis em seus personagens, principalmente Chris Pine.


Krall é subaproveitado como vilão. Tendo um ator do calibre de Idris Elba, esperava mais. Mas a revelação de que ele era humano veio tão tardia no filme que não deu tempo para explorar ele mais a fundo. A história de Jaylah também poderia ter sido mais desenvolvida. Mesmo assim, em matéria de entretenimento, o filme é um sucesso. Sem se preocupar com questões temporais ou tramas conspiratórias, Sem Fronteiras coloca a Enterprise numa aventura de exploração, com ação, descobertas, reviravoltas e soluções dignas da série original.



Isso nos leva ao futuro da franquia. A Paramount já autorizou a produção do próximo filme com este elenco, com Abrams mais uma vez produzindo. Saiu um boato de que o estúdio estaria buscando a volta de Chris Hemsworth no papel de George Kirk. Espero que isso nada mais seja do que isso. Um boato. Uma tentativa de capitalizar no nome do agora astro iria completamente contra os princípios de Jornada. Por mais que a Paramount tente transformar a obra de Roddenberry numa série de blockbusters, os autores não deixam de respeitar a mitologia e a história da franquia.


Uma alteração que deverá ser feita é no elenco. Com a morte de Yelchin, há espaço para criar um novo personagem. Uma possibilidade também pode ser utilizar Jaylah. No final do filme, Kirk e Scotty a dão uma comissão para estudar na academia, com a promessa de um dia tornar-se oficial da Frota e juntar-se a seus companheiros na Enterprise. Sofia Boutella fez um trabalho tão competente com a personagem que valeria a pena tê-la de volta*.



*Ao contrário de Carol Marcus (Alice Eve), que tornou-se oficial íntegral da nave no final do filme anterior, e nem deu as caras desta vez.




Enquanto isso, Alex Kurtzman e Bryan Fuller focam na produção de Star Trek: Discovery, nova série televisiva que deverá estrear em 2017 no serviço online CBS All Access nos EUA, e diretamente no Netflix por aqui. Será a primeira série a ser lançada exclusivamente no formato streaming antes de qualquer exibição em canais convencionais.


Como muitos sabem, Kurtzman foi roteirista dos dois primeiros filmes dirigidos por Abrams, enquanto que Fuller passou anos na equipe de Voyager, além de escrever duas histórias para DS9. A equipe de roteiristas é composta por Aron Eli Coleite (que trabalhou com Fuller em Heroes), Heather Kadin (que escreveu vários livros de Jornada), Joe Menosky (veterano da Nova Geração, DS9 e Voyager), Jesse Alexander (Alias) e Nicholas Meyer (diretor de dois filmes da franquia, além de roteirizar o quarto longa). Quem também está envolvido na produção é Rod Roddenberry, filho mais novo de Gene Roddenberry com Majel Barrett. É uma equipe interessante, com presença de novatos e veteranos experientes. Cientes do que funciona e do que não funciona, acredito que serão capazes de criar algo novo e cativante.


Fuller já confirmou que haverá um personagem gay, e que a protagonista será feminina, mas não será a capitã. Gostei da idéia de ter um capitão como personagem central. Além disso, a trama será contínua ao decorrer da primeira temporada de 13 episódios. Assim como fizeram nas últimas temporadas de Enterprise, gosto bastante desse rumo e espero que a série consiga explorar seu potencial narrativo, sem jamais deixar os personagens de lado.


Fuller também divulgou alguns desenhos da USS Discovery. Para quem leu o livro A Arte de Star Trek, reconhecerá imeditamente um dos designs. O desenho, que mostra a nave saindo de uma base escavada dentro de um asteróide, é inspirado diretamente em desenhos que o artista Ralph McQuarrie havia feito para a Enterprise, na então abortada série Jornada nas Estrelas: Phase II, produzida em 1977. Aquela Enterprise tinha uma aparência bastante angular, inspirada nos Star Destroyers de Star Wars. A Discovery mistura esses elementos com o design mais convencional criado para a Enterprise na série de 2001. Contudo, essa direção ainda pode mudar até a estréia do seriado.



Por fim, resta a questão da relevância de Jornada nas Estrelas. Como uma obra criada em 1966 se mantém, se renova e ainda é desejada pelo público?


Acho que estamos vivendo numa época no mínimo complicada. Nem é necessário ir dentro das questões sócio-políticas ou econômicas que assolam o Brasil. Basta olhar o mundo ao redor.


Um dos melhores episódios de DS9 lida com uma trama na qual Sisko, Dax e Bashir acidentalmente voltam no tempo para 2024, um "futuro" agora bem próximo para nós. Os roteiristas Ira Steven Behr e Robert Hewitt Wolfe idealizaram uma São Francisco que é dividida por muros. pessoas de baixa renda, desempregadas e deficientes mentais são colocadas atrás de um muro numa espécie de campo de concentração. Isso ocorre devido a crescente desigualdade social. As classes superiores não desejam lidar com a inconveniência de ver a presença dessa pobreza. Se no Brasil, vemos meninos vendendo balas na frente do sinal, vemos como seria se todos eles fossem agrupados e deixados fora de vista. O poder público usa sua força para segregar essa sociedade, a fim de evitar conflitos.


Só que como vemos no episódio, não dá para ignorar os problemas que assolam a humanidade ou varrê-los para baixo do tapete. Eventualmente, os oprimidos buscarão seus direitos, gerando um confronto. Foi neste evento, catalogado na história de Jornada, que fez com que a humanidade olhasse para o próprio umbigo e começasse a lidar com o crescente abismo social. Muitos argumentam que não estamos prontos para explorar o espaço justamente por causa disso. Se não somos capazes de lidar com nossos próprios problemas, como seremos capazes de explorar os problemas do universo que existe além daqui?


É um argumento bastante válido. Mas é também o motivo pelo qual devemos nos esforçar nesse rumo. Jornada nas Estrelas inspirou uma geração que cresceu para se tornar cientistas, pensadores, sociólogos, antropólogos, escritores, matemáticos, engenheiros, professores, e até mesmo técnicos da NASA. A possibilidade de um futuro utópico nos incentiva a desenvolver nossas habilidades e nossos melhores instintos.


Acho pertinente a questão de superar nossas diferenças. Vivemos num mundo marcado por profundas divisões, com sociedades cujos valores divergem radicalmente. Questões religiosas, sexuais, econômicas marcam essas primeiras décadas do Século XXI. Fundamentalismo tornou-se um alicerce para propagar discursos de intolerância. A presença da internet possibilitou a presença do pensamento ignorante e também propagou um déficit de atenção por parte de inúmeros usuários. Política é um jogo no qual ninguém é capaz de chegar a um consenso. Lidamos com um mundo natural capaz de se readaptar e seguir em frente, independente de nossa luta pela sobrevivência. São tantas as mazelas que dificultam o progresso que às vezes é difícil manter qualquer fio de esperança perante a construção de um futuro ideal.


Enterprise foi cancelada sob o pretexto de que a franquia havia se tornado irrelevante devido ao cinismo e o contexto pós-11 de setembro, marcado pelo terrorismo e pelo pragmatismo. Mais do que nunca, acho necessário a manutenção do otimismo e do esforço coletivo. Num mundo marcado por um crescente individualismo, é imperativo que haja uma renovação desses valores coletivos. A humanidade não é capaz de sobreviver se não aprender a colaborar e trabalhar em conjunto para um bem comum. É isso que Jornada nas Estrelas representa. Ao mostrar a tripulação sobrepondo as diferenças e cumprindo suas missões, em busca desse bem comum, Jornada mostra o potencial e as melhores virtudes da humanidade.


É essa a visão que Gene Roddenberry teve. Uma visão que muitos colaboradores e fãs buscaram preservar após sua morte. Uma visão utópica e humanista que foi colocada num pacote de entretenimento acessível a todos.


Um último detalhe: quando se fala de Jornada nas Estrelas, geralmente a discussão gera em torno dos atores que encarnam esses personagens. É uma discussão válida, mas ao mesmo tempo redundante. Ao invés de colocar cenas de Star Trek - Sem Fronteiras, decidi comemorar os 50 anos da franquia colocando abaixo as fotos das pessoas que trabalharam por trás dos bastidores. Esses 726 episódios e 13 filmes existentes hoje são produtos dos esforços deles.


Segue abaixo algumas das brilhantes mentes por trás de Jornada nas Estrelas:






















               Gene Roddenberry






















      Dorothy Catherine Fontana





















                       Robert H. Justman





















               Gene L. Coon





















       John Meredyth Lucas




















             
                      Fred Freiberger





















               Hal Sutherland





















                         Robert Wise












                                                     

                                                                                                                 





                  Harve Bennett





















               
                  Nicholas Meyer






















                   David Gerrold




















                                                                                                             
              Maurice Hurley





















                  Rick Berman




















                                                                                                                 
              Michael Piller






















                       Jeri Taylor





















                        Ira Steven Behr





















            Ronald D. Moore



















                                                                                                             


      Brannon Braga



















   


        Majel Barrett-Roddenberry

















                                                                                                     

                 
                 Kenneth Biller



















             


                 Ralph Winter

















 
                                                                                                                    
           Manny Coto





















             Marc Daniels





















                       Ralph Senensky



















                      David Livingston



















                                                                                                               
       
         Allan Kroeker





















               
                     J.J. Abrams




















                                                                 
                    Bryan Burk





















                    Bryan Fuller




















                                                                                           
            Alex Kurtzman





















             Roberto Orci




















                                                                                                             
       Damon Lindelof


Posted in Postado por Eduardo Jencarelli às 11:57  

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